Tenho um cavalo tordilho, tratado no milho
Tem peito de aço
Quando eu entro na cidade, eu deixo saudade
No lugar que passo
Do couro de um boi de rento, tirei quatro tento
E trancei um laço
O cipó não arrebenta, o matungo aguenta
Os pialos por baixo
Fui ser peão de boiadeiro, de um fazendeiro
Muito ricaço
Ganhando muitos cruzeiros, logo meu dinheiro
Fui guardando aos maços
Pra pegar mestiço arisco, minha vida arrisco
Mas não embaraço
Eu sou peão corajoso, se o boi for teimoso
Eu pego de braço
A filha do meu patrão, era um botão
De uva no cacho
Mostrava delicadeza, essa grande beleza
Com desembaraço
Um dia essa malvada, ao descer a escada
De um lindo terraço
Encostou-me seu rostinho, e com muito carinho
Me pediu um abraço
Daquele dia em diante, esse lindo semblante
Me trouxe um fracasso
Lacei muita vaca arisca, mas essa mestiça
Me embramou no laço
Pedi ela em casamento, no consentimento
O velho disse: Eu faço
Foi a melhor laçada, que das emboscada
Trouxe o cacho cacho