La no bairro onde eu moro
Na hora que o Sol levanta
A natureza estremece
Quando os passarinhos cantam
O caboclo vai pra roça
Pra cuidar da sua planta
Eu fico à beira da estrada
Pra ver minha namorada
Caboclinha delicada
Que tem a feição de santa
Caboclinha sertaneja
Sua beleza me encanta
Eu sei que vossos parentes
Andam roncando garganta
Mas seu amor sendo firme
Valentia não adianta
Eu não faço desaforo
Mas correr também não corro
Sendo preciso eu morro
Com prosa ninguém me espanta
Se você quer ir comigo
Nós parte depois da janta
Nós sobe e desce serra
Não tenha medo da rampa
Eu tenho meu burro baio
Comprei na terra dos pampa
O clarão da Lua cheia
A estrada pra nós clareia
De noite nós viageia
E de dia nós acampa
Já comprei quarenta alqueires
De terra especial de planta
Mandei fazer um ranchinho
Na beira do rio da anta
Com muito amor e carinho
E com fé na virgem santa
Bem longe dos seus parentes
Nós vamos viver contentes
Na hora que o Sol tá quente
Nós afina a viola e canta