Fui passear em Poços de Caldas, a rainha do veraneio
Vou contar o que aconteceu, a história eu não floreio
Avistei um cavaleiro
Perguntei da onde veio
Venho vindo do Rio Grande sou da terra do rodeio
Tô aqui só de passagem, neste chão eu não apeio
Para ver coisa bonita todo mundo tem anseio
Mineirada fez a roda, gaúcho fez galanteio
Meu cavalo é joia cara, de riqueza anda cheio
Quando bate o Sol na sela na pata dá relampeio
Pras moça penteia o cabelo
Peitoral serve de espelho
Nisso chega um mineirinho pôs a conversa no meio
Moço quer vender o cavalo compro arriado ou sem arreio
Você é um mineiro pobre faço pouco e não receio
Mostra uma nota de mil que te dou machão vermelho
Mas se for mineiro pronto no seu peito eu sapateio
Mineirinho retrucou ficou bonito torneio
Meu peito não é de aço mas aguenta bombardeio
Mineiro nunca perdeu na derrota eu não creio
Você quer me fazer pouco mas eu tiro seu galeio
Se sustentar o que disse vai rolar desse arreio
Sou gaúcho de São Borja ai ai e amigo da verdade
Não volto atrás com a palavra ai ai nem que caia tempestade
Mineirinho enfiou a mão no bolso mil cruzeiro já tirou
Também um talão de cheque que na hora ele assinou
Sinto muito meu amigo mas meu golpe hoje falhou
Pra tu não voltar a pé mais trinta conto eu lhe dou
Pro senhor não ir pensando que o mineiro aproveitou
O mineiro não faz feio diga lá pra gauchada
Eu não sou rei do café nem do gado e nem de nada
Sou um simples lavrador lá das bandas de Andradas
Terra de vinho famoso orgulho da mineirada
Que produz com o Rio Grande as marca mais afamada